GRIPE H1N1, O QUE A ESCOLA PRECISA SABER

 

1. O que é a gripe?

2. Entendendo os tipos de vírus da gripe:

3. Como ocorre a transmissão da gripe?

4. Quais são os sintomas desta Gripe?

5. Quando se preocupar com os sintomas da gripe?

6. Como é realizado o diagnóstico da gripe?

7. A importância da Vacinação contra a gripe:

8. Quais são as pessoas consideradas como “grupo de risco” e prioritária para vacinação?

9. Por que ocorreu um número alto de casos no ano de 2016?

10. Como deve ser realizado o tratamento da gripe?

11. Recomendações Gerais de prevenção da gripe:

12. Em caso de suspeita ou confirmação da presença do vírus da gripe:

13. Recomendações sobre a gripe para Escolas:

14. Outras orientações

15. Aquisição de álcool gel pelas Escolas:

16. Orientação para motoristas de transporte Escolar sobre a gripe:

 

1. O que é a gripe?

 

A gripe a é uma doença respiratória infecciosa de origem viral, que pode levar ao agravamento e ao óbito, especialmente nos indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco para as complicações da infecção (crianças menores de 5 anos de idade, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais).

A OMS estima que cerca de 1,2 bilhões de pessoas apresentam risco elevado para complicações da influenza: 385 milhões de idosos acima de 65 anos de idade, 140 milhões de crianças, e 700 milhões de crianças e adultos com doença crônica. 

 


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2. Entendendo os tipos de vírus da gripe:

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que a influenza acomete 5 a 10% dos adultos e 20 a 30% das crianças, causando 3 a 5 milhões de casos graves e 250.000 a 500.000 mortes todos os anos

A doença pode ser causada pelos vírus influenza A (H1N1), B e C.

Os vírus A(H1N1) e B apresentam maior importância clínica; estima-se que, em média, as cepas A causem 75% das infecções, mas em algumas temporadas, ocorre predomínio das cepas do tipo B.

Os tipos A (H1N1) e B sofrem frequentes mutações e são responsáveis pelas epidemias sazonais, também por doenças respiratórias com duração de quatro a seis semanas e que, frequentemente, são associadas com o aumento das taxas de hospitalização e morte por pneumonia, especialmente em pacientes que apresentam condições e fatores de risco. O vírus C raramente causa doença grave.

 

3. Como ocorre a transmissão da gripe?

 

A transmissão ocorre principalmente através do contato com partículas eliminadas por pessoas infectadas ou mãos e objetos contaminados por secreções.

É muito elevada em ambiente domiciliar, creches, escolas e em ambientes fechados ou semifechados, dependendo não apenas da infectividade das cepas, mas também do número e intensidade dos contatos entre pessoas de diferentes faixas etárias.

A transmissão também é elevada em aviões, navios e outros meios de transporte coletivo, onde são frequentemente registrados surtos de influenza A (H1N1) e B que acometem passageiros e tripulantes.

As pessoas infectadas pela influenza suína podem ser consideradas potencialmente contagiantes durante todo o período em que manifestarem os sintomas e possivelmente por até 7 dias depois do início da doença.

As crianças, entre um e cinco anos, podem ser potencialmente contagiantes por períodos mais longos.

Também se comprovou que os vírus sobrevivem em superfícies como madeira, aço e tecidos por 8 até 48 horas.

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4. Quais são os sintomas desta Gripe?

Os sintomas são similares aos sintomas da influenza humana comum, e incluem:

  • Tosse;
  • Garganta inflamada;
  • Dores no corpo;
  • Dor de cabeça;
  • Calafrios;
  • Fadiga;
  • Também pode causar uma piora de doenças crônicas já existentes.

 

5. Quando se preocupar com os sintomas da gripe?

É importante estar atento aos sintomas que requerem cuidados especiais:

  • Febre alta, acima de 38º, 39º, de início repentino;
  • Dor muscular, de cabeça, de garganta e nas articulações;
  • Tosse;
  • Coriza (nariz escorrendo);
  • Cansaço;
  • Inapetência (falta de apetite);
  • Em alguns casos, também podem ocorrer vômitos e diarreia.

 

6. Como é realizado o diagnóstico da gripe?

 

É realizada uma avaliação médica para levantamento dos sintomas e existem testes rápidos de laboratório que revelam se a pessoa foi infectada pelo vírus da gripe.

 

7. A importância da Vacinação contra a gripe:

 

A imunização é a melhor forma de vacinação, e está prevista a campanha nacional de vacinação contra o H1N1 na metade do mês de abril de cada ano.

Quem recebeu a vacinação no ano anterior precisa tomar novamente neste ano pois o vírus sofre modificações a cada ano.

 

8. Quais são as pessoas consideradas como “grupo de risco” e prioritária para vacinação?

 

  • Crianças (crianças de 6 meses e menores de 5 anos);
  • Idosos;
  • Portadores de doenças crônicas;
  • Gestantes e puérperas;
  • Profissionais de saúde expostos a influenza;
  • Pessoas que vivem em ambientes aglomerados e populações privadas de liberdade.

 

Na campanha de 2017 que se inicia em 17 de abril os professores da rede pública e particular estão incluídos no grupo prioritário de vacinação. 

Demonstrativo do esquema vacinal para influenza por idade, número de doses, volume por dose e intervalo entre as doses, Brasil, 2017:

 


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9. Por que ocorreu um número alto de casos no ano de 2016?

 

Segundo entrevista realizada com a Dra. Rosana Ritchtmann, médica e pesquisadora do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, alguns fatores contribuíram para o aumento no número de casos no ano de 2016, especialmente a baixa adesão a vacinação pela população em geral nos anos de 2014 e 2015.

Por este motivo, quanto o vírus que retornou ao Brasil (por efeito da globalização), encontrou uma população mais vulnerável (que nunca entrou em contato com o vírus antes) e susceptível pela falta de vacinação nos anos anteriores.

 

10. Como deve ser realizado o tratamento da gripe?

 

É muito importante evitar a automedicação, pois alguns tipos de medicamentos podem facilitar o aparecimento de cepas resistentes.

Após avaliação médica e constatação da presença do vírus, medicamentos com Ooseltamivir e Zanamivir, presentes em alguns antigripais (Tamiflu e Relenza), têm se mostrado eficazes principalmente se administrados nas primeiras 48 horas do aparecimento dos sintomas.

 

11. Recomendações Gerais de prevenção da gripe:

 

  • Evitar aglomerações e ambientes fechados;
  • Intensificar a lavagem das mãos com água e sabão, principalmente após tossir e espirrar;
  • Utilizar produtos a base de álcool para higienização das mãos também são recomendados;
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
  • Cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando tossir ou espirrar, jogando o lenço no lixo após o uso;
  • Participar da campanha de vacinação, especialmente se fizer parte do grupo de risco;
  • Não levar as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter tocado em objetos de uso coletivo;
  • Não compartilhar copos, talheres e outros objetos de uso pessoal;
  • Procurar assistência médica se surgirem sintomas que possam ser confundidos com os da infecção pelo vírus da influenza tipo A (H1N1).

 

12. Em caso de suspeita ou confirmação da presença do vírus da gripe:

 

  • Apresentar os sintomas ou for confirmado a presença do vírus limitar ao máximo o contato com outras pessoas;
  • Não comparecer a Escola ou ao trabalho;
  • Intensificar a higienização das mãos especialmente após tossir e espirrar.

 

13. Recomendações sobre a gripe para Escolas:

 


Faça download gratuito de um modelo de circular interna sobre H1N1 para enviar aos familiares aqui


 

  • Envie uma circular para os familiares orientando sobre os sintomas e os cuidados gerais, além da importância de afastamento do aluno em caso suspeito;
  • Orientar os colaboradores a intensificar a lavagem das mãos e uso de soluções a base de álcool;
  • Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou tiverem entrado em contato com fluídos corpóreos como secreções nasais devem ser lavadas com água e sabão;
  • Ensinar as crianças como lavar as mãos corretamente inclusive limpar as unhas;
  • Intensificar a limpeza dos ambientes escolares, principalmente de maçanetas, torneiras, porta-papel, brinquedos, trocadores, bebedouros e computadores;
  • Orientar os alunos e colaboradores a não tocar com a boca no bico ejetor de água dos bebedouros;
  • Se possível deixar apenas o bico ejetor de água grande (que necessitam garrafas de água);
  • Colocar mais dispensadores de álcool gel nos ambientes, especialmente em pontos de maior circulação de pessoas como a entrada da Escola e salas de aula;
  • A desinfecção de mesas e cadeiras deverá ser intensificada utilizando pano seco embebido em álcool 70% por 30 segundos ao final do período ou a cada troca de turma;
  • Orientar os professores sobre os sintomas para que possam identifica-los e comunicar aos pais;
  • Se possível manter as janelas abertas para melhor circulação do ar e evitar ar condicionado;
  • Aumentar a supervisão de crianças para evitar o compartilhamento de talheres, copos, canudos, alimentos e brinquedos;
  • Orientar os alunos a não compartilhar materiais (utensílios, canetas, borrachas, etc);
  • Orientar as crianças a evitar colocar as mãos nos olhos, nariz e boca (na medida do possível);
  • Orientar os familiares sobre a importância da vacinação;
  • Solicitar nova cópia da caderneta de vacinação após a campanha de vacinação;
  • Crianças de seis meses a menores de cinco anos: todas as crianças que receberam uma ou duas doses da vacina influenza sazonal nos anos anteriores, devem receber apenas uma dose no ano seguinte. Também deve ser considerado o esquema de duas doses para as crianças de seis meses a menores de nove anos de idade que serão vacinadas pela primeira vez, devendo-se agendar a segunda dose para 30 dias após a 1ª dose;
  • Orientar os familiares caso a criança apresente os sintomas deverá ser realizada avaliação médica e não deverá comparecer a escola (deverão permanecer em casa até 24 horas após o desaparecimento dos sintomas);
  • Pessoas com falta de ar, febre e tosse já estão sendo investigadas sobre a presença do vírus nas unidades hospitalares;
  • Orientar as crianças sobre o uso correto do álcool gel para evitar acidentes (ingestão acidental, uso inadequado);
  • Manter limpos os componentes do sistema de climatização para evitar a difusão e multiplicação de agentes nocivos a saúde conforme Portaria Nº 3.523/1998;
  • Se ocorrerem três ou mais casos de gripe na mesma turma notificar Unidade de Saúde e Vigilância Epidemiológica, ao realizar a notificação é necessário informar dados como; nome do aluno telefone para contato e também informar: início dos sintomas, medicações e avaliação médica;
  • Colaboradores que apresentarem Febre acima de 38º.C, tosse e dor de garganta deverão ser orientados a procurar atendimento médico;
  • Se for possível escalonar a liberação das turmas para o recreio, com intervalos de 5 em 5 minutos, para manter o menor número possível de alunos no mesmo ambiente/ambiente de alimentação;
  • Manter o refeitório limpo antes, durante e após a distribuição dos alimentos;
  • Estimular, através de ações pedagógica hábitos saudáveis como boa alimentação, atividade física, ingestão de líquidos e boa higiene para manter o sistema imunológico reforçado para enfrentar a gripe e outras doenças.

 

 

14. Outras orientações:

 

 

  • Atualizar a lista de telefone dos alunos e colaboradores;
  • Identificar os telefones da Unidade Básica de Saúde e responsáveis pela vigilância epidemiológica da região onde está localizada a escola;
  • Identificar o telefone da unidade de saúde e hospital referência mais próximo da escola;
  • As gestantes deverão evitar contato com pessoas que apresentem os sintomas.

 

15. Aquisição de álcool gel pelas Escolas:

 

  • Adquirir álcool 70% (líquido ou gel) de distribuidores autorizados;
  • A embalagem deve ser plástica e estar lacrada;
  • O rótulo deverá conter: nome produto, concentração (70% ou 77º GL), composição, modo de usar, precauções, advertências, validade, número do lote, nome do fabricante e CNPJ, nome do responsável técnico e número do conselho de classe, número do atendimento ao cliente e número do registro na Anvisa/MS;
  • Utilizar álcool com concentração de 70%;
  • Armazenar o álcool em local seguro, longe do alcance das crianças e fontes de calor, alimentos, bebidas e cosméticos.

16. Orientação para motoristas de transporte Escolar sobre a gripe:

 

  • Manter no transporte escolar as janelas abertas e reconhecer os sintomas da gripe para orientar o retorno destes alunos para casa e informar os pais e responsáveis;
  • Manter no carro de transporte álcool 70 % friccionando o mesmo nas mãos após o contato com portas, volante, alunos, ir ao banheiro, tossir, etc;
  • Oferecer as crianças álcool 70 % para fricção das mãos, antes de entrar no veículo;
  • Ao tossir ou espirrar, deve-se cobrir o nariz e a boca com lenços descartáveis. Este lenço utilizado deve ser descartado;
  • Caso não haja lenço ou toalha de papel prontamente disponíveis ao espirrar ou tossir, é preferível cobrir o nariz e a boca com a manga da camisa (“espirrar no cotovelo”) do que fazê-lo com as mãos, por meio das quais os germes são facilmente transferidos para outras pessoas ou para o ambiente (portas, janelas, bancos, cinto de segurança, volante, etc.);
  • Intensificar a limpeza e desinfecção dos carros, incluindo portas e maçanetas, poltronas, janelas, volante, cinto de segurança (parte metálica), etc. após o transporte das crianças;
  • Orientar os alunos a não compartilhar materiais (brinquedos, canetas, lapiseiras, borrachas, etc.) e utensílios (lanches, refrigerantes, batom, etc.

 


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Letícia Spina Tapia

Enfermeira e Fisioterapeuta, Mestre no Ensino em Ciências da Saúde e Coordenadora Nacional do Programa Escola Segura

 

Publicado em: 01/04/2016

Revisado em: 17/04/2017

 

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Referências:

 

  • VARELLA, D. Gripe H1N1, Doenças e Sintomas, Varella D.
  • BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Informe Técnico: Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, MS, Brasília, 2016.
  • ALVES, G. Baixa vacinação em 2014 e 2015 pode ter gerado surto de gripe, Folha de São Paulo, 2016.
  • Saúde alerta para sintomas que podem indicar contágio por H1N1. G1 Pernambuco, 2016.
  • CENTRO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – CVE. Influenza A/H1N1, CVE, 2009.
  • COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA CURITIBA. Orientações para compra / aquisição de álcool 70% (líquido ou gel), CVS Curitiba/PR, 2010.
  • COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA CURITIBA. Orientações gerais para controle da influenza a (h1n1) nos Transportes escolares, CVS Curitiba/PR, 2010.
  • BRASIL, Portaria 3.523 de 29 agosto de 1998, Regulamento Técnico para garantir a Qualidade do Ar de Interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados, Ministério da Saúde, 1998.
  • SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. Influenza A (H1N1), SBI, 2009.
  • SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO. Cartilha eletrônica – influenza a (h1n1) informação e prevenção para as escolas, Secretária da Educação, Espírito Santo, 2009.
  • AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Informe Técnico: 19ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza. ANVISA, 2017.

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