DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA E HERPANGINA NA CRIANÇA, ORIENTAÇÕES PARA ESCOLA
1. O que é a doença mão-pé-boca e herpangina?
2. Como ocorre a transmissão doença pé-mão-boca e herpangina?
3. Sinais e sintomas da doença pé-mão-boca e herpangina
4. Diagnóstico da doença pé-mão-boca e herpangina
5. Tratamento da doença pé-mão-boca e herpangina
6. Cuidados domiciliares à criança com a doença mão-pé-boca e herpangina
7. Recomendações importantes para prevenção da doença mão-pé-boca e herpangina no ambiente escolar:
8. Afastamento das crianças e funcionários na escola
1. O que é a doença mão-pé-boca e herpangina?
DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA:
A doença mão-pé-boca é uma infecção enteroviral (vírus presente no intestino) contagiosa, causada pelo vírus Coxsackie, pertencente à família dos enterovírus, que habitam normalmente o nosso sistema digestivo.
A doença mão-pé-boca tem como característica o exantema viral (erupção cutânea) comum que geralmente afeta bebês e crianças (menores de 7 anos), mas pode também acometer adultos.
Geralmente envolve as mãos, os pés, a boca e, às vezes, os órgãos genitais e as nádegas. O início da doença mão-pé-boca, ocorre com febre (mas não é mandatória), falta de apetite, mal-estar e com muita frequência dor de garganta (sinais e sintomas de resfriado). Já o vômito e diarreia podem acontecer, porém são menos frequentes.
A doença mão-pé-boca foi descrita pela primeira vez em um surto de verão que ocorreu em Toronto, Canadá, em 1957 e foi causado pelo vírus Coxsackie A16. Desde então, pelo menos 15 outros sorotipos de enterovírus demonstraram causar a doença, mais comumente sorotipos A de Coxsackievirus.
HERPANGINA:
A herpangina é uma infecção relacionada a doença mão-pé-boca que causa feridas apenas na boca e na garganta. Entretanto, dependendo do sistema imunológico da criança, algumas lesões de pele também podem aparecer. Ambas as infecções afetam mais frequentemente as crianças, mas os adultos também podem contraí-las
A herpangina foi descrita pela primeira vez na década de 1920, mas a etiologia viral não foi estabelecida até 1951. É causada por 22 sorotipos de enterovírus, mais comumente sorotipos A de Coxsackievirus.
Por ser uma doença que acomete principalmente as crianças menores de 7 anos e levar a surtos em creches, acampamentos de verão e na própria família.
De acordo com o pediatra Dr. Flávio Melo é uma doença que atinge menores de 10 anos e o pico é aos 6 anos de idade.
A doença mão-pé-boca e a herpangina tem sintomas semelhantes e ambas são tratadas da mesma maneira.
Apesar de no Brasil não serem consideradas doenças de notificação compulsória (obrigatória), a ocorrência de dois ou mais casos relacionados devem ser notificados como surto.
Ambas as doenças não têm época certa para acontecer, isto é, não são doenças sazonais e podem acometer as crianças em qualquer época do ano.
Esse tipo de vírus também pode causar as estomatites (aftas que aparecem na mucosa oral) e erupções nas mãos e nos pés. O tipo de vírus da doença mão-pé-boca e herpangina é o mesmo, mas alguns subgrupos são distintos. Veja no quadro abaixo:
Quadro: Virologia da doença mão pé boca e herpangina
Fonte: Up to date
2. Como ocorre a transmissão doença mão-pé-boca e herpangina?
Para ambas as doenças, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, direta ou indiretamente.
Os infectados podem transmitir o vírus através das fezes (fecal-oral) ou por meio de secreções respiratórias (gotículas como espirro e tosse), desde alguns dias antes do início da sintomatologia, continuando a sua excreção nas fezes por semanas após a primeira infecção.
A duração da excreção respiratória é menor, em geral, restrita a um período de 1 a 3 semanas.
Mesmo após a recuperação, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente 4 a 8 semanas e pela saliva até 3 semanas.
A primeira semana depois do início dos sintomas é considerada o período de maior transmissibilidade.
Como a via de contágio é oral, o tempo frio é mais propício para a ocorrência de surtos das doenças, já que as crianças costumam ficar mais tempo aglomeradas em um mesmo ambiente, como escolas e creches.
A taxa de contaminação das doenças pode ser comparada à de doenças como difteria, caxumba e poliomielite e seus sinais e sintomas podem ser facilmente confundidos com a catapora (varicela)
O material genético do vírus está sempre mudando, é possível que uma criança que já tenha tido a doença tenha novamente ao entrar em contato com o vírus modificado. Por este motivo a produção de uma vacina é dificultada e a pessoa pode se contaminar mais de uma vez.
Ainda não há vacina para essas doenças, por isso medidas de prevenção, principalmente de higiene pessoal, higiene no manuseio e preparo de alimentos e com objetos de uso comum entre as crianças são indispensáveis para o controle de um surto.
Em resumo essas doenças podem ser transmitidas:
- Se a criança aspirar ar contaminado com o vírus quando uma pessoa infectada espirrar ou tossir próxima a ela (menos de 1 metro de distância).
- Tocar nas fezes de uma criança contaminada (por exemplo, na troca de fralda e levar as mãos à boca.
- Tocar no nariz (muco), garganta (escarro), de uma pessoa com o vírus e depois tocar nos próprios olhos, nariz, boca.
- Tocar em objetos como brinquedos, maçanetas, mobiliário entre outros contaminados com vírus, através da saliva e secreções e depois levar as mãos à boca.
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Período de incubação e transmissão da doença mão-pé-boca e herpangina:
Período de incubação da mão-pé-boca: normalmente é 2 a 7 dias.
Período de incubação da herpangina: é de 3 a 5 dias.
Período de transmissão é igual para ambas as doenças: a transmissão acontece desde alguns dias antes do início dos sinais e sintomas da doença. Porém o maior risco de contágio ocorre durante a primeira semana da doença. Mesmo após a recuperação, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente 4 a 8 semanas e pela saliva até 2 semanas.
3. Sinais e sintomas da doença mão-pé-boca e herpangina:
A princípio os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, podendo ser confundida com um resfriado comum:
- Coriza (nariz escorrendo)
- Dor de garganta
- Falta de apetite
- Mal-estar
Sinais e sintomas que caracterizam a doença:
- Febre (38º – 39ºC) – mas alguns casos podem ocorrer sem febre
- Mal-estar
- Dor de garganta
- Falta de apetite
- Cefaleia (dor de cabeça)
- Vômito
- Dor no abdome
- Gânglios aumentados no pescoço
- Desidratação (boca seca e diminuição no volume de urina, para bebês menos de 6 trocas de fralda por dia, menos lágrimas ao chorar).
- Pequenas úlceras dolorosas dentro da boca, na língua, na parte interna das bochechas e gengivas (duram de 4 a 6 dias), semelhantes a aftas, o que pode causar inapetência (falta de apetite) e dor ao engolir.
- Surgem erupções de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital, eventualmente podem coçar (duram de 7 a 10 dias).
- As bolhas podem surgir também nos joelhos e cotovelos.
- Essas erupções tendem a regredir com a regressão da febre (entre 5 e 7 dias aproximadamente), mas as bolhas na região da boca podem permanecer até 4 semanas.
- Onicomadese (descolamento da unha a partir da sua base, nas mãos e/ou nos pés). Pode ocorrer de 3 a 8 semanas depois da infecção aguda
Nos casos em que as lesões na boca se tornam muito dolorosas, dificultando a ingestão de alimentos e líquidos, a criança corre risco de desidratação, neste caso pode ser necessária a administração de líquidos no hospital pela via endovenosa (na veia), e medicamentos para alívio da dor na região oral.
A doença é autolimitada, ou seja, em cerca de 10 a 15 dias os sintomas desaparecem, mas as lesões causam bastante desconforto, principalmente as da boca, que muitas vezes impedem a criança de se alimentar havendo a necessidade de internação para esse suporte.
- Esses sinais e sintomas podem aparecer nos dias que antecedem o surgimento das primeiras lesões, principalmente a febre alta.
- Aproximadamente no 13º. dia do curso da infecção, os sintomas tendem a diminuir.
- Algumas pessoas podem não ter nenhum sintoma da doença e somente sentir dor na boca ou ter uma erupção de pele.
4. Diagnóstico da doença mão-pé-boca e herpangina:
O diagnóstico da doença mão-pé-boca geralmente é feito clinicamente, com base na aparência e localização típicas das lesões. O diagnóstico pode ser mais difícil quando apenas lesões bucais ou apenas as da pele estão presentes sem outras associações.
O diagnóstico da herpangina também é feito clinicamente, com base na aparência e localização típicas das lesões orais (menos de 10 lesões no palato mole, amígdalas e úvula) e febre alta.
Quando a confirmação etiológica for necessária, amostras de secreção da garganta, fezes e líquido das lesões são coletadas e encaminhadas ao laboratório.
É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele. Como por exemplo, estomatite aftosa, varicela, sífilis secundária, herpes zoster, faringite viral e amigdalite bacteriana.
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5. Tratamento da doença mão-pé-boca e herpangina:
Tanto a doença mão pé boca quanto a herpangina, são doenças autolimitadas e melhorarão espontaneamente com as defesas do organismo dentro de 7 a 10 dias, sendo o tratamento direcionado para amenizar os sintomas, com o auxílio de antitérmicos, medicamentos para coceira e analgésicos prescritos pelo médico.
As feridas na boca podem tornar a deglutição dolorosa, então algumas crianças podem não querer comer ou beber. É importante certificar-se de que as crianças recebem líquidos suficientes para que não fiquem desidratadas.
Alimentos frios, como picolés e sorvetes, podem ajudar a aliviar a dor. Alimentos macios, como pudim e gelatina, podem ser mais fáceis de engolir. Evitar sopas e chás.
Os medicamentos antivirais ficam reservados aos casos mais graves da doença e antibióticos não são indicados nesse caso.
Também é recomendado para o tratamento:
- Repouso.
- Alimentação leve como comidas pastosas (purês e mingaus), gelatinas e sorvetes são mais fáceis para engolir.
- Aumento da ingestão de líquidos.
- Nos casos onde as lesões na boca impedirem a alimentação/ingestão de líquidos, pode ser necessária a administração de soro no hospital.
- Banho com farinha de aveia.
- Laserterapia realizada pelo odontopediatra
Segundo recomendação do Dr. Flávio pediatra, o banho de aveia é uma ótima opção para o tratamento sintomático do prurido (coceira) no corpo. Além de fácil de fazer é de baixo custo.
Um estudo realizado na Universidade de Ciências Médicas do Irã, demonstrou que a aveia possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e sua administração é eficaz para uma variedade de doenças inflamatórias dermatológicas, como prurido.
As complicações dessas doenças são mais comuns em crianças menores de 5 anos de idade, que podem altear o Sistema Nervoso central, como por exemplo, tremores, encefalite, síndrome de Guillain-Barré e progredir para alterações no Sistema Nervoso Autônomo como taquicardia, taquipneia, hipertensão arterial entre outros.
Crianças com estas manifestações clínicas apresentam risco aumentado de complicações graves e, portanto, devem ser internadas e monitorizadas continuamente em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica.
6. Cuidados domiciliares à criança com a doença mão-pé-boca e herpangina:
- Evitar alimentos ácidos, temperados e quentes, devido às lesões na boca.
- Oferecer à criança alimentos pastosos como purês e mingaus, pois são mais fáceis de engolir.
- Bebidas frias, como sucos, água e chá, são importantes para manter boa hidratação, e nesta temperatura podem ser mais facilmente ingeridos (devido às lesões na boca).
- Nunca romper as bolhas das lesões.
- A criança não deve comparecer na escola ou outros lugares com aglomeração infantil durante a doença para evitar a contaminação de outras crianças.
- Evitar (neste período) beijos, abraços e compartilhamento de copos, brinquedos ou outros objetos com crianças que apresentam o vírus.
- Sempre lavar as mãos das crianças após a troca de fraldas, o uso do banheiro e antes das refeições.
- Manter as unhas das crianças curtas.
- Os pais devem lavar as mãos após a troca de fraldas e higienizar a superfície de troca com água e sabão para evitar que o vírus se espalhe para outras superfícies.
- Limpar os brinquedos que as crianças utilizam com água e sabão, deixar secar espontaneamente.
- Caso a criança divida o quarto com irmãos, separá-la deste ambiente durante o tratamento.
- Intensificar a higienização das superfícies onde as crianças tocam, isso ajudará a evitar a transmissão do vírus para os irmãos e outras pessoas na casa.
7. Recomendações importantes para prevenção da doença mão-pé-boca e herpangina no ambiente escolar:
Para evitar a transmissão é de extrema importância medidas de higiene, como:
- Manter as unhas das crianças sempre curtas (orientar os pais quando necessário).
- Evitar compartilhamento de brinquedos (dentro do possível).
- Ensinar as crianças a cobrir a boca e nariz quando espirrar e tossir e usar papel (se possível), e se não estiver disponível utilizar a manga da blusa para cobrir essa região.
- Ensinar as crianças a lavarem as mãos após tossir/espirrar, utilizar o banheiro e antes das refeições.
Ensinar as crianças a lavar as mãos e limpar as unhas:
- Antes das refeições.
- Após o uso do sanitário.
- Após brincar com areia, terra, na horta, com tinta ou em outras situações em que as mãos possam estar sujas.
- Após espirrar ou tossir.
Cuidados com os brinquedos coletivos:
- Os brinquedos devem ser de material de fácil limpeza e desinfecção.
- Providenciar a separação dos brinquedos usados daqueles limpos (por exemplo em caixas plásticas para brinquedos usados) Estes podem retornar às brincadeiras após a higienização.
Os brinquedos usados devem ser higienizados conforme as orientações a seguir:
- Colocar em um recipiente com água e sabão por 10 minutos.
- Retirar da solução de sabão e colocar em outro recipiente apenas com água por 10 minutos.
- Deixar secar espontaneamente sobre uma superfície forrada com papel.
- Após secar, aplicar álcool 70% com um borrifador.
- Só retornar à utilização após evaporação completa do álcool.
Outros cuidados para prevenção ou controle da doença mão-pé-boca e herpangina no ambiente escolar:
- Crianças do berçário devem ter suas mãos lavadas por um adulto, o que poderá ocorrer no momento da troca de fraldas, desta forma elas associam – desde muito cedo – que é preciso lavar as mãos após fazer xixi o cocô.
- Higienizar as mãos dos bebês antes de oferecer os alimentos.
- Orientar as crianças sobre o uso correto do álcool gel para evitar acidentes, como por exemplo ingestão acidental ou acidentes com os olhos.
- Dispor de pias nos diferentes ambientes, de forma a facilitar o seu acesso e higienização das mãos.
- A limpeza do banheiro para adultos e crianças deve ser frequente, inclusive das maçanetas, torneiras e dispensadores de sabão e álcool.
- Realizar uma boa higienização das frutas, legumes e verduras.
- Manter os alimentos sempre cobertos com panos limpos e/ou tampados.
- Se possível manter as janelas abertas para melhor circulação do ar e evitar ar condicionado.
- Em regiões muito quentes, onde o uso de ar condicionado for indispensável, providenciar seu desligamento a cada 2 horas e manter as janelas abertas por 1 hora antes de religa-lo.
- Manter limpos os componentes do sistema de climatização para evitar a difusão e multiplicação de agentes nocivos à saúde conforme Portaria Nº 3.523/1998.
- Ensinar as crianças a não compartilhar talheres e copos durante as refeições.
- Solicitar aos familiares garrafinhas de água para uso individual das crianças e providenciar a sua higienização diária.
- Os bebedouros devem ser lavados diariamente com água e sabão e solução para desinfecção conforme recomendação do fabricante.
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- Evitar compartilhamento de objetos de uso pessoal como toalhas, pentes, talheres, copos e outros.
- Na unidade escolar, envie diariamente as roupas – toalha e lençol – para os pais e solicite a substituição por roupas limpas sempre que possível (evite armazenar as roupas na escola durante este período).
- Se não for possível enviar as roupas diariamente para os pais, armazene em caixa tampada individual para cada aluno e proceda a higienização regular dessas caixas com água e sabão e álcool 70%.
- Intensificar a limpeza dos ambientes escolares, principalmente de maçanetas, alças dos armários, torneiras, porta-papel, brinquedos, trocadores, bebedouros e computadores.
- Se possível providenciar mais dispensadores de álcool gel nos ambientes, especialmente em pontos de maior circulação de pessoas como a entrada da Escola e salas de aula, e proceder a reposição sempre que necessário (se o dispensador exigir contato com as mãos, intensificar a limpeza desta região com água e sabão).
- Se for possível escalonar a liberação das turmas para o recreio, com intervalos de 5 em 5 minutos, para manter o menor número possível de alunos no mesmo ambiente.
- Manter o refeitório limpo antes, durante e após a distribuição dos alimentos.
- O preparo de mamadeiras pode ocorrer na mesma área de manipulação de alimentos, mas em horários diferentes, higienizando o local antes de iniciar o preparo, para evitar a contaminação cruzada.
- Os utensílios da cozinha e do lactário (garfos, facas, colheres, pratos, panelas, canecas, copos, bandejas, etc.) entram em contato direto com os alimentos, portanto a limpeza cuidadosa evitará que veiculem doenças.
- Colchões e travesseiros devem ter revestimento impermeável que facilite a limpeza e desinfecção com álcool 70% a cada turno, ou após o contato com fluídos corpóreos (retirar excesso com papel toalha, limpeza com água e sabão e desinfecção com álcool 70%).
- As banheiras devem ser higienizadas com água e sabão após cada uso, depois de secas deverá ser aplicado álcool 70% com papel toalha.
- Disponibilizar equipamentos de proteção individual para os colaboradores da limpeza e prestadores de cuidados de higiene às crianças como: sapatos fechados, uniformes ou aventais com material impermeável e luvas.
- Utilizar lenços descartáveis para higienizar o nariz, pois a prática da higiene nasal evita o surgimento de doenças.
- Aproveitar para ensinar a criança a cuidar de si, disponibilizando lenços de papel quando solicitado por ela, além de orientar a a lavar as mãos após limpar nariz.
- Providenciar o uso individual de: sabonete, xampu, mamadeira, chupetas.
- Identificar os materiais de uso pessoal com o nome de cada criança.
- As escovas de dente devem dispor de protetores que impeçam o contato de uma com a outra e devem ser guardadas separadamente.
- Os adultos em constante contato com crianças devem manter as unhas limpas e curtas.
- Instituir um protocolo para troca de fraldas, garantindo que todos os passos recomendados pela Anvisa sejam seguidos e toda a equipe esteja alinhada com os procedimentos.
- Todos os cuidados devem ser transmitidos às famílias para que os mesmos sejam realizados em casa.
- Familiares e todos os colaboradores da equipe escolar devem ser informados sobre a doença, seus sinais e sintomas, para que providenciem o rápido afastamento da criança do ambiente escolar.
- Estimular, através de ações pedagógicas hábitos saudáveis como: boa alimentação, atividade física, ingestão de líquidos e boa higiene para manter o sistema imunológico reforçado para enfrentar as doenças.
- É muito importante que a escola reveja com regularidade seus protocolos de limpeza, higiene das crianças e controle de doenças, considere contratar uma assessoria para essa finalidade se for necessário.
- Comunicar a Unidade Básica de Saúde referenciada da escola quando 2 ou mais casos das doenças forem confirmados na mesma turma ou turma que se relacionam dentro de um período de 7 a 14 dias.
- Compartilhe com os familiares das crianças um modelo de circular sobre a doença mão-pé-boca e herpangina – acesse aqui.
8. Afastamento das crianças e funcionários na escola:
- Crianças que apresentam febre só podem retornar à escola quando completarem 24h ou 48h sem febre e sem medicação para febre, além de apresentar bom estado geral.
- Para algumas doenças o período de afastamento da escola será maior, considerar o atestado médico ou orientar os familiares a procurar pelo serviço de saúde.
- Para doença mão-pé-boca o afastamento ser dará pelo menos por 7 dias, período em que as lesões tendem a desaparecer ou cicatrizar.
- Crianças que não apresentam bom estado geral não devem frequentar a escola, mesmo que não apresentem febre.
O afastamento dos sintomáticos da escola, associado aos cuidados de higiene e limpeza da escola e a intensificação dos protocolos de cuidados com as crianças pode contribuir com a redução do número de casos.
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Maíra Bassi Strufaldi
Enfermeira e Fisioterapeuta, Pós-graduada em ortopedia e traumatologia, educadora em diabetes, residente do HC-USP
Enfermeira e Fisioterapeuta, Mestre no Ensino em Ciências da Saúde e Coordenadora Nacional do Programa Escola Segura.
Publicado em: 20/02/2017
Revisado em: 27/03/2023
Referências:
- https://www.healthychildren.org/English/health-issues/conditions/prevention/Pages/Prevention-In-Child-Care-or-School.aspx
- https://www.babycenter.com/health/illness-and-infection/hand-foot-and-mouth-disease_1614?showAll=true
- http://ba.corens.portalcofen.gov.br/secretaria-municipal-de-saude-divulga-orientacoes-sobre-a-sindrome-mao-pe-boca_48462.html
- https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/doenca-mao-pe-boca-hfmd/
- http://www.feapaesp.org.br/material_download/195_s%C3%8DNDROME%20mAO%20P%C3%89%20BOCA.pdf
- http://www.saude.ba.gov.br/temasdesaude/mao-pe-boca/.
- http://www.tubarao.sc.gov.br/noticias/ver/2021/08/casos-da-sindrome-mao-pe-boca-deixam-autoridades-do-municipio-em-alerta
- www.portalped.com.br/especialidades-da-pediatria/infectologia/doenca-mao-pe-boca-diretrizes-para-diagnostico-e-tratamento/
- https://ijdvl.com/oatmeal-in-dermatology-a-brief-review/
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/13585281/
- https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_22039d-DocCient_-_Sindrome_Mao-Pe-Boca.pdf.
- https://www.bjid.org.br/en-doenca-maopeboca-vigilancia-de-surtos-articulo-S1413867018307402
- American Academy of Pedriatrics- Managing Infectious Diseases in Child Care and Schools. 5th Edition. Cap 6- Quick References Sheets. 2020.
- https://pebmed.com.br/surtos-de-sindrome-mao-pe-boca-pelo-brasil-como-devemos-abordar/.
- https://www.bjid.org.br/en-doenca-maopeboca-vigilancia-de-surtos-articulo-S1413867018307402
- www.portalped.com.br/especialidades-da-pediatria/infectologia/doenca-mao-pe-boca-diretrizes-para-diagnostico-e-tratamento/
- https://publications.aap.org/pediatrics/search-results?page=1&q=herpangina&fl_SiteID=1000005
- https://www.uptodate.com/contents/hand-foot-and-mouth-disease-and-herpangina
- https://www.uptodate.com/contents/hand-foot-and-mouth-disease-and-herpangina-the-basics?
- https://www.uptodate.com/contents/hand-foot-and-mouth-disease-and-herpangina
- https://www.cdc.gov/hand-foot-mouth/about/transmission.html.
- https://www.nhs.uk/conditions/hand-foot-mouth-disease/
muito bom o conteúdo obrigada
Se puderem inserir em seus treinamentos, tenho observado que as escolas a partir dos 4 anos incentivam que as crianças se limpem sozinhas, e após isso lavem as mãos sozinhas.
Resultado, voltam para casa com o bumbum sujo, que devem coçar durante a aula, e lavam as mãos sujas de cocô daquele jeito…
Entendo que até os 6 ou 7 anos o ideal é que as auxiliares passem um papel após a limpeza da criança, e lavem as mãos da criança mais caprichosamente após o número 2.
As profissionais da limpeza também não sabem os produtos certos e correta diluição e a necessidade de limpar válvula de descarga, torneira, interruptor e maçaneta diversas vezes ao dia (já vi diluição de água sanitária para a semana toda, e ser usada apenas para lavar banheiro e passar pano no chão.
Outra coisa é que ao fim de cada brincadeira, a professora (pode ser junto com as crianças) precisa passar paninho com álcool 70 antes de guardar os brinquedos (tem creche que limpa 1x semana, 1x mês, ou nem limpa, assim como corrimãos esvadas e de brinquedos de parques cobertos.
Contém comigo!
Oi Tamara!
Agradeço pelas suas valiosas contribuições.
As orientações que você trouxe já fazem parte dos protocolos que implantamos nas escolas e do nosso monitoramento.
Continuaremos a publicar matérias com orientações para tornar a escola um espaço mais seguro e saudável.
Participe sempre.
Um abraço.
Muito bom obrigado pela dicas
Excelente matéria, publicações assim vale a pena ler .amei.
Boa noite. Meu filho de 1 ano foi diagnósticadotado com esse vírus. Esta tendo crise de tosse acompanhada de vômitos e tem 4 dias que ele está com febre sem parar. Eu trabalho em uma escola de educação infantil e nela também pareceu casos. E o meu filho fica em outra escola. Será que um posso ter sido um intermediário lecanso o vírus pra ele? Desde já agradeço.
muito bom tirei todas minhas duvidas meus dois,filhos, pegaram essa doenças ,