DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA E HERPANGINA NA CRIANÇA, ORIENTAÇÕES PARA ESCOLA

 

1. O que é a doença mão-pé-boca e herpangina?

2. Como ocorre a transmissão doença pé-mão-boca e herpangina?

3. Sinais e sintomas da doença pé-mão-boca e herpangina 

4. Diagnóstico da doença pé-mão-boca e herpangina 

5. Tratamento da doença pé-mão-boca e herpangina

6. Cuidados domiciliares à criança com a doença mão-pé-boca e herpangina

7. Recomendações importantes para prevenção da doença mão-pé-boca e herpangina no ambiente escolar:  

8. Afastamento das crianças e funcionários na escola

 

1. O que é a doença mão-pé-boca e herpangina?

 

DOENÇA MÃO-PÉ-BOCA:

A doença mão-pé-boca é uma infecção enteroviral (vírus presente no intestino) contagiosa, causada pelo vírus Coxsackie, pertencente à família dos enterovírus, que habitam normalmente o nosso sistema digestivo.

A doença mão-pé-boca tem como característica o exantema viral (erupção cutânea) comum que geralmente afeta bebês e crianças (menores de 7 anos), mas pode também acometer adultos.

Geralmente envolve as mãos, os pés, a boca e, às vezes, os órgãos genitais e as nádegas. O início da doença mão-pé-boca, ocorre com febre (mas não é mandatória), falta de apetite, mal-estar e com muita frequência dor de garganta (sinais e sintomas de resfriado). Já o vômito e diarreia podem acontecer, porém são menos frequentes.

A doença mão-pé-boca foi descrita pela primeira vez em um surto de verão que ocorreu em Toronto, Canadá, em 1957 e foi causado pelo vírus Coxsackie A16. Desde então, pelo menos 15 outros sorotipos de enterovírus demonstraram causar a doença, mais comumente sorotipos A de Coxsackievirus.

HERPANGINA:

A herpangina é uma infecção relacionada a doença mão-pé-boca que causa feridas apenas na boca e na garganta. Entretanto, dependendo do sistema imunológico da criança, algumas lesões de pele também podem aparecer. Ambas as infecções afetam mais frequentemente as crianças, mas os adultos também podem contraí-las

A herpangina foi descrita pela primeira vez na década de 1920, mas a etiologia viral não foi estabelecida até 1951. É causada por 22 sorotipos de enterovírus, mais comumente sorotipos A de Coxsackievirus.

Por ser uma doença que acomete principalmente as crianças menores de 7 anos e levar a surtos em creches, acampamentos de verão e na própria família.

De acordo com o pediatra Dr. Flávio Melo é uma doença que atinge menores de 10 anos e o pico é aos 6 anos de idade.

A doença mão-pé-boca e a herpangina tem sintomas semelhantes e ambas são tratadas da mesma maneira.

Apesar de no Brasil não serem consideradas doenças de notificação compulsória (obrigatória), a ocorrência de dois ou mais casos relacionados devem ser notificados como surto.

Ambas as doenças não têm época certa para acontecer, isto é, não são doenças sazonais e podem acometer as crianças em qualquer época do ano.

Esse tipo de vírus também pode causar as estomatites (aftas que aparecem na mucosa oral) e erupções nas mãos e nos pés. O tipo de vírus da doença mão-pé-boca e herpangina é o mesmo, mas alguns subgrupos são distintos. Veja no quadro abaixo:

MÃO PE BOCA

Quadro: Virologia da doença mão pé boca e herpangina
Fonte: Up to date

 

2. Como ocorre a transmissão doença mão-pé-boca e herpangina

 

Para ambas as doenças, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, direta ou indiretamente.

Os infectados podem transmitir o vírus através das fezes (fecal-oral) ou por meio de secreções respiratórias (gotículas como espirro e tosse), desde alguns dias antes do início da sintomatologia, continuando a sua excreção nas fezes por semanas após a primeira infecção.

A duração da excreção respiratória é menor, em geral, restrita a um período de 1 a 3 semanas.

Mesmo após a recuperação, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente 4 a 8 semanas e pela saliva até 3 semanas.

 

A primeira semana depois do início dos sintomas é considerada o período de maior transmissibilidade.

 

Como a via de contágio é oral, o tempo frio é mais propício para a ocorrência de surtos das doenças, já que as crianças costumam ficar mais tempo aglomeradas em um mesmo ambiente, como escolas e creches.

A taxa de contaminação das doenças pode ser comparada à de doenças como difteria, caxumba e poliomielite e seus sinais e sintomas podem ser facilmente confundidos com a catapora (varicela)

O material genético do vírus está sempre mudando, é possível que uma criança que já tenha tido a doença tenha novamente ao entrar em contato com o vírus modificado. Por este motivo a produção de uma vacina é dificultada e a pessoa pode se contaminar mais de uma vez.

Ainda não há vacina para essas doenças, por isso medidas de prevenção, principalmente de higiene pessoal, higiene no manuseio e preparo de alimentos e com objetos de uso comum entre as crianças são indispensáveis para o controle de um surto.

 

Em resumo essas doenças podem ser transmitidas:

 

  • Se a criança aspirar ar contaminado com o vírus quando uma pessoa infectada espirrar ou tossir próxima a ela (menos de 1 metro de distância).
  • Tocar nas fezes de uma criança contaminada (por exemplo, na troca de fralda e levar as mãos à boca.
  • Tocar no nariz (muco), garganta (escarro), de uma pessoa com o vírus e depois tocar nos próprios olhos, nariz, boca.
  • Tocar em objetos como brinquedos, maçanetas, mobiliário entre outros contaminados com vírus, através da saliva e secreções e depois levar as mãos à boca.

 


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Período de incubação e transmissão da doença mão-pé-boca e herpangina:

Período de incubação da mão-pé-boca: normalmente é 2 a 7 dias.

Período de incubação da herpangina: é de 3 a 5 dias.

Período de transmissão é igual para ambas as doenças: a transmissão acontece desde alguns dias antes do início dos sinais e sintomas da doença. Porém o maior risco de contágio ocorre durante a primeira semana da doença. Mesmo após a recuperação, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente 4 a 8 semanas e pela saliva até 2 semanas.

 

3. Sinais e sintomas da doença mão-pé-boca e herpangina: 

 

A princípio os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, podendo ser confundida com um resfriado comum:

  • Coriza (nariz escorrendo)
  • Dor de garganta
  • Falta de apetite
  • Mal-estar

Sinais e sintomas que caracterizam a doença:

  • Febre (38º – 39ºC) – mas alguns casos podem ocorrer sem febre
  • Mal-estar
  • Dor de garganta
  • Falta de apetite
  • Cefaleia (dor de cabeça)
  • Vômito
  • Dor no abdome
  • Gânglios aumentados no pescoço
  • Desidratação (boca seca e diminuição no volume de urina, para bebês menos de 6 trocas de fralda por dia, menos lágrimas ao chorar).
  • Pequenas úlceras dolorosas dentro da boca, na língua, na parte interna das bochechas e gengivas (duram de 4 a 6 dias), semelhantes a aftas, o que pode causar inapetência (falta de apetite) e dor ao engolir.
  • Surgem erupções de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital, eventualmente podem coçar (duram de 7 a 10 dias).
  • As bolhas podem surgir também nos joelhos e cotovelos.
  • Essas erupções tendem a regredir com a regressão da febre (entre 5 e 7 dias aproximadamente), mas as bolhas na região da boca podem permanecer até 4 semanas.
  • Onicomadese (descolamento da unha a partir da sua base, nas mãos e/ou nos pés). Pode ocorrer de 3 a 8 semanas depois da infecção aguda

 

Nos casos em que as lesões na boca se tornam muito dolorosas, dificultando a ingestão de alimentos e líquidos, a criança corre risco de desidratação, neste caso pode ser necessária a administração de líquidos no hospital pela via endovenosa (na veia), e medicamentos para alívio da dor na região oral.

 

 

 

 

 

Manifestação cutânea da doença mão-pé-boca na mão
Fonte: Dear Crazy Kids

 

 

 

 

 

 

Manifestação cutânea nas mãos e pés e na região da boca
Fonte: Drugs

 

 

 

 

Manifestação cutânea da doença mão-pé-boca no rosto
Fonte: Dear Crazy Kids
MAO PE BOCA
Lesões aftosas no fundo da garganta
Fone: Slideplayer
MAO PE BOCA

 

 

 

Úlceras pequenas e simétricas de herpangina no palato mole e na almofada retromolar.
Fonte: Up to date

 

A doença é autolimitada, ou seja, em cerca de 10 a 15 dias os sintomas desaparecem, mas as lesões causam bastante desconforto, principalmente as da boca, que muitas vezes impedem a criança de se alimentar havendo a necessidade de internação para esse suporte.

 

  • Esses sinais e sintomas podem aparecer nos dias que antecedem o surgimento das primeiras lesões, principalmente a febre alta.
  • Aproximadamente no 13º. dia do curso da infecção, os sintomas tendem a diminuir. 
  • Algumas pessoas podem não ter nenhum sintoma da doença e somente sentir dor na boca ou ter uma erupção de pele.

 

4. Diagnóstico da doença mão-pé-boca e herpangina

 

O diagnóstico da doença mão-pé-boca geralmente é feito clinicamente, com base na aparência e localização típicas das lesões. O diagnóstico pode ser mais difícil quando apenas lesões bucais ou apenas as da pele estão presentes sem outras associações.

O diagnóstico da herpangina também é feito clinicamente, com base na aparência e localização típicas das lesões orais (menos de 10 lesões no palato mole, amígdalas e úvula) e febre alta.

Quando a confirmação etiológica for necessária, amostras de secreção da garganta, fezes e líquido das lesões são coletadas e encaminhadas ao laboratório.

É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele. Como por exemplo, estomatite aftosa, varicela, sífilis secundária, herpes zoster, faringite viral e amigdalite bacteriana.

 


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5. Tratamento da doença mão-pé-boca e herpangina

 

Tanto a doença mão pé boca quanto a herpangina, são doenças autolimitadas e melhorarão espontaneamente com as defesas do organismo dentro de 7 a 10 dias, sendo o tratamento direcionado para amenizar os sintomas, com o auxílio de antitérmicos, medicamentos para coceira e analgésicos prescritos pelo médico.

As feridas na boca podem tornar a deglutição dolorosa, então algumas crianças podem não querer comer ou beber. É importante certificar-se de que as crianças recebem líquidos suficientes para que não fiquem desidratadas.

Alimentos frios, como picolés e sorvetes, podem ajudar a aliviar a dor. Alimentos macios, como pudim e gelatina, podem ser mais fáceis de engolir. Evitar sopas e chás.

Os medicamentos antivirais ficam reservados aos casos mais graves da doença e antibióticos não são indicados nesse caso.

Também é recomendado para o tratamento:

 

  • Repouso.
  • Alimentação leve como comidas pastosas (purês e mingaus), gelatinas e sorvetes são mais fáceis para engolir.
  • Aumento da ingestão de líquidos.
  • Nos casos onde as lesões na boca impedirem a alimentação/ingestão de líquidos, pode ser necessária a administração de soro no hospital.
  • Banho com farinha de aveia.
  • Laserterapia realizada pelo odontopediatra

 

Segundo recomendação do Dr. Flávio pediatra, o banho de aveia é uma ótima opção para o tratamento sintomático do prurido (coceira) no corpo. Além de fácil de fazer é de baixo custo.

Um estudo realizado na Universidade de Ciências Médicas do Irã, demonstrou que a aveia possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e sua administração é eficaz para uma variedade de doenças inflamatórias dermatológicas, como prurido.

As complicações dessas doenças são mais comuns em crianças menores de 5 anos de idade, que podem altear o Sistema Nervoso central, como por exemplo, tremores, encefalite, síndrome de Guillain-Barré e progredir para alterações no Sistema Nervoso Autônomo como taquicardia, taquipneia, hipertensão arterial entre outros.

Crianças com estas manifestações clínicas apresentam risco aumentado de complicações graves e, portanto, devem ser internadas e monitorizadas continuamente em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica.

 

6. Cuidados domiciliares à criança com a doença mão-pé-boca e herpangina: 

 

  • Evitar alimentos ácidos, temperados e quentes, devido às lesões na boca.
  • Oferecer à criança alimentos pastosos como purês e mingaus, pois são mais fáceis de engolir.
  • Bebidas frias, como sucos, água e chá, são importantes para manter boa hidratação, e nesta temperatura podem ser mais facilmente ingeridos (devido às lesões na boca).
  • Nunca romper as bolhas das lesões.
  • A criança não deve comparecer na escola ou outros lugares com aglomeração infantil durante a doença para evitar a contaminação de outras crianças.
  • Evitar (neste período) beijos, abraços e compartilhamento de copos, brinquedos ou outros objetos com crianças que apresentam o vírus.
  • Sempre lavar as mãos das crianças após a troca de fraldas, o uso do banheiro e antes das refeições.
  • Manter as unhas das crianças curtas.
  • Os pais devem lavar as mãos após a troca de fraldas e higienizar a superfície de troca com água e sabão para evitar que o vírus se espalhe para outras superfícies.
  • Limpar os brinquedos que as crianças utilizam com água e sabão, deixar secar espontaneamente.
  • Caso a criança divida o quarto com irmãos, separá-la deste ambiente durante o tratamento.
  • Intensificar a higienização das superfícies onde as crianças tocam, isso ajudará a evitar a transmissão do vírus para os irmãos e outras pessoas na casa.

 

7. Recomendações importantes para prevenção da doença mão-pé-boca e herpangina no ambiente escolar:  

 

Para evitar a transmissão é de extrema importância medidas de higiene, como:

  • Manter as unhas das crianças sempre curtas (orientar os pais quando necessário).
  • Evitar compartilhamento de brinquedos (dentro do possível).
  • Ensinar as crianças a cobrir a boca e nariz quando espirrar e tossir e usar papel (se possível), e se não estiver disponível utilizar a manga da blusa para cobrir essa região.
  • Ensinar as crianças a lavarem as mãos  após tossir/espirrar, utilizar o banheiro e antes das refeições.

 

Ensinar as crianças a lavar as mãos e limpar as unhas:

 

  • Antes das refeições.
  • Após o uso do sanitário.
  • Após brincar com areia, terra, na horta, com tinta ou em outras situações em que as mãos possam estar sujas.
  • Após espirrar ou tossir.

 

Cuidados com os brinquedos coletivos:

 

  • Os brinquedos devem ser de material de fácil limpeza e desinfecção.
  • Providenciar a separação dos brinquedos usados daqueles limpos (por exemplo em caixas plásticas para brinquedos usados) Estes podem retornar às brincadeiras após a higienização.

 

Os brinquedos usados devem ser higienizados conforme as orientações a seguir:

 

  • Colocar em um recipiente com água e sabão por 10 minutos.
  • Retirar da solução de sabão e colocar em outro recipiente apenas com água por 10 minutos.
  • Deixar secar espontaneamente sobre uma superfície forrada com papel.
  • Após secar, aplicar álcool 70% com um borrifador.
  • Só retornar à utilização após evaporação completa do álcool.

 

Outros cuidados para prevenção ou controle da doença mão-pé-boca e herpangina no ambiente escolar:

 

  • Crianças do berçário devem ter suas mãos lavadas por um adulto, o que poderá ocorrer no momento da troca de fraldas, desta forma elas associam –  desde muito cedo –  que é preciso lavar as mãos após fazer xixi o cocô.
  • Higienizar as mãos dos bebês antes de oferecer os alimentos.
  • Orientar as crianças sobre o uso correto do álcool gel para evitar acidentes, como por exemplo ingestão acidental ou acidentes com os olhos.
  • Dispor de pias nos diferentes ambientes, de forma a facilitar o seu acesso e higienização das mãos.
  • A limpeza do banheiro para adultos e crianças deve ser frequente, inclusive das maçanetas, torneiras e dispensadores de sabão e álcool.
  • Realizar uma boa higienização das frutas, legumes e verduras.
  • Manter os alimentos sempre cobertos com panos limpos e/ou tampados.
  • Se possível manter as janelas abertas para melhor circulação do ar e evitar ar condicionado.
  • Em regiões muito quentes, onde o uso de ar condicionado for indispensável, providenciar seu desligamento a cada 2 horas e manter as janelas abertas por 1 hora antes de religa-lo.
  • Manter limpos os componentes do sistema de climatização para evitar a difusão e multiplicação de agentes nocivos à saúde conforme Portaria Nº 3.523/1998.
  • Ensinar as crianças a não compartilhar talheres e copos durante as refeições.
  • Solicitar aos familiares garrafinhas de água para uso individual das crianças e providenciar a sua higienização diária.
  • Os bebedouros devem ser lavados diariamente com água e sabão e solução para desinfecção conforme recomendação do fabricante.

 


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  • Evitar compartilhamento de objetos de uso pessoal como toalhas, pentes, talheres, copos e outros.
  • Na unidade escolar, envie diariamente as roupas – toalha e lençol – para os pais e solicite a substituição por roupas limpas sempre que possível (evite armazenar as roupas na escola durante este período).
  • Se não for possível enviar as roupas diariamente para os pais, armazene em caixa tampada individual para cada aluno e proceda a higienização regular dessas caixas com água e sabão e álcool 70%.
  • Intensificar a limpeza dos ambientes escolares, principalmente de maçanetas, alças dos armários, torneiras, porta-papel, brinquedos, trocadores, bebedouros e computadores.
  • Se possível providenciar mais dispensadores de álcool gel nos ambientes, especialmente em pontos de maior circulação de pessoas como a entrada da Escola e salas de aula, e proceder a reposição sempre que necessário (se o dispensador exigir contato com as mãos, intensificar a limpeza desta região com água e sabão).
  • Se for possível escalonar a liberação das turmas para o recreio, com intervalos de 5 em 5 minutos, para manter o menor número possível de alunos no mesmo ambiente.
  • Manter o refeitório limpo antes, durante e após a distribuição dos alimentos.
  • O preparo de mamadeiras pode ocorrer na mesma área de manipulação de alimentos, mas em horários diferentes, higienizando o local antes de iniciar o preparo, para evitar a contaminação cruzada.
  • Os utensílios da cozinha e do lactário (garfos, facas, colheres, pratos, panelas, canecas, copos, bandejas, etc.) entram em contato direto com os alimentos, portanto a limpeza cuidadosa evitará que veiculem doenças.
  • Colchões e travesseiros devem ter revestimento impermeável que facilite a limpeza e desinfecção com álcool 70% a cada turno, ou após o contato com fluídos corpóreos (retirar excesso com papel toalha, limpeza com água e sabão e desinfecção com álcool 70%).
  • As banheiras devem ser higienizadas com água e sabão após cada uso, depois de secas deverá ser aplicado álcool 70% com papel toalha.
  • Disponibilizar equipamentos de proteção individual para os colaboradores da limpeza e prestadores de cuidados de higiene às crianças como: sapatos fechados, uniformes ou aventais com material impermeável e luvas.
  • Utilizar lenços descartáveis para higienizar o nariz, pois a prática da higiene nasal evita o surgimento de doenças.
  • Aproveitar para ensinar a criança a cuidar de si, disponibilizando lenços de papel quando solicitado por ela, além de orientar a a lavar as mãos após limpar nariz.
  • Providenciar o uso individual de: sabonete, xampu, mamadeira, chupetas.
  • Identificar os materiais de uso pessoal com o nome de cada criança.
  • As escovas de dente devem dispor de protetores que impeçam o contato de uma com a outra e devem ser guardadas separadamente.
  • Os adultos em constante contato com crianças devem manter as unhas limpas e curtas.
  • Instituir um protocolo para troca de fraldas, garantindo que todos os passos recomendados pela Anvisa sejam seguidos e toda a equipe esteja alinhada com os procedimentos.
  • Todos os cuidados devem ser transmitidos às famílias para que os mesmos sejam realizados em casa.
  • Familiares e todos os colaboradores da equipe escolar devem ser informados sobre a doença, seus sinais e sintomas, para que providenciem o rápido afastamento da criança do ambiente escolar.
  • Estimular, através de ações pedagógicas hábitos saudáveis como: boa alimentação, atividade física, ingestão de líquidos e boa higiene para manter o sistema imunológico reforçado para enfrentar as doenças.
  • É muito importante que a escola reveja com regularidade seus protocolos de limpeza, higiene das crianças e controle de doenças, considere contratar uma assessoria para essa finalidade se for necessário.
  • Comunicar a Unidade Básica de Saúde referenciada da escola quando 2 ou mais casos das doenças forem confirmados na mesma turma ou turma que se relacionam dentro de um período de 7 a 14 dias.
  • Compartilhe com os familiares das crianças um modelo de circular sobre a doença mão-pé-boca e herpangina – acesse aqui.

 

 

8. Afastamento das crianças e funcionários na escola: 

 

  • Crianças que apresentam febre só podem retornar à escola quando completarem 24h ou 48h sem febre e sem medicação para febre, além de apresentar bom estado geral.
  • Para algumas doenças o período de afastamento da escola será maior, considerar o atestado médico ou orientar os familiares a procurar pelo serviço de saúde.
  • Para doença mão-pé-boca o afastamento ser dará pelo menos por 7 dias, período em que as lesões tendem a desaparecer ou cicatrizar.
  • Crianças que não apresentam bom estado geral não devem frequentar a escola, mesmo que não apresentem febre.

 

O afastamento dos sintomáticos da escola, associado aos cuidados de higiene e limpeza da escola e a intensificação dos protocolos de cuidados com as crianças pode contribuir com a redução do número de casos.

 

 

 

 

MAIRA CRECHE SEGURA

Maíra Bassi Strufaldi

Enfermeira e Fisioterapeuta, Pós-graduada em ortopedia e traumatologia, educadora em diabetes, residente do HC-USP

 

 

Letícia Spina Tapia

Enfermeira e Fisioterapeuta, Mestre no Ensino em Ciências da Saúde e Coordenadora Nacional do Programa Escola Segura.

 

 

 

Publicado em: 20/02/2017

Revisado em: 27/03/2023

 

 

Referências: